SEGMUC e SESMA apresentam Registros dos impactos da estiagem em Altamira durante reunião com o Ministério da Saúde
Equipe do Ministério da Saúde vem a Altamira acompanhar a alarmante crise da seca que afeta a região. |
Uma parte da equipe técnica do
Ministério da Saúde que está no Pará, em missão da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde,
para produzir um diagnóstico situacional da região devido a seca, estiagem e queimadas, se deslocou para Altamira, a 763 km de
Belém, para analisar os efeitos das mudanças climáticas no município. No local,
a equipe se reuniu com as secretarias de saúde estadual e municipal, o 9º
Grupamento de Bombeiros Militar, Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Altamira e
a Defesa Civil Municipal.
"Nosso objetivo é
compreender quais são as necessidades e vulnerabilidades do município, nesse
momento de seca, estiagem e queimadas, para podermos criar soluções de apoio
", reforça o ponto focal do Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados
aos Desastres (Vigidesastres) e líder da equipe em Altamira,
Lucas Fonseca.
Segundo o informe Monitoramento de queimadas para vigilância em saúde,
durante a semana epidemiológica 40 (SE 40), Altamira foi um dos 44
municípios paraense que apresentaram, por pelo menos dois dias consecutivos,
níveis de concentração de material particulado fino superiores ao recomendado
pelas diretrizes de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (15 μg/m³),
afetando mais de 110 mil pessoas. Altamira é também o segundo
município com o maior número de focos de incêndio do país (5.777) ficando atrás
apenas de outra cidade paraense, São Félix do Xingu (7.193), de acordo com o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em uma publicação da página @ictioxingu no Instagram mostra o quanto as cabeceiras do Rios estão secas veja o Video.
@ictioxingu Veja Encontro das águas do rio Xingu com Iriri.
Mas cadê as águas?
Imagens feitas dia 12 de outubro de 2024.
Eu nunca vi o rio Xingu (e o Iriri) tão seco.
Além das queimadas serem um problema na região, em setembro deste ano, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica, até o dia 30 de novembro, nos principais rios de Altamira: Rio Xingu e seu afluente, o rio Iriri. "Nunca tivemos uma seca tão severa como essa que estamos vivendo, e a perspectiva é que ano que vem seja pior. Por isso é muito importante a presença do Ministério no nosso território", alerta o técnico em saneamento do Dsei-Altamira, Paulo Roberto.
Segundo profissionais da saúde
do município, a viagem para chegar em algumas aldeias indígenas dura cerca de 7
dias. De acordo com o Dsei, há uma população de 2.271 indígenas nas 71 aldeias
de Altamira. Dessas, 19 foram impactadas, afetando uma população de cerca
de 530 indígenas devido a problemas relacionados à seca e estiagem, como falta
de água potável, navegabilidade ou alimentação (pesca).
As comunidades ribeirinhas que
vivem nas três Reservas Extrativistas (RESEX) de Altamira - RESEX Rio
Iriri, Resex Riozinho do Anfrísio e RESEX Rio Xingu - também foram impactadas
pela crise hídrica. Nelas, vivem mais de 300 famílias, num total de 1300
pessoas. Tanto os ribeirinhos quanto indígenas sofrem com a dificuldade da
oferta de serviços de saúde, como o atendimento odontológico e médico,
atualização do calendário vacinal, distribuição de medicamentos e insumos, além
de desabastecimento de alimentos.
Missão de Emergências
Climáticas
Nos próximos dias, a sala de
situação, comandada pelo Departamento de Emergências em Saúde Pública do
Ministério da Saúde (DEMSP), visitará outros municípios locais como Itupiranga,
Marabá e Santarém. A missão é composta por técnicos das secretarias
de Vigilância
em Saúde e Ambiente (SVSA), Saúde
Indígena (SESAI), Atenção
Primária à Saúde (SAPS) e Atenção
Especializada à Saúde (SAES), além de representantes da Secretaria de Saúde
Pública do Pará.
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